sexta-feira, 4 de abril de 2008

Gorjetas e Esmolas

Estivemos (minha gata e eu) em Buenos Aires neste começo de ano. A cidade é aquilo que todo mundo sempre fala: nunca dorme, agitada, bonita, poética, mal-educada... (ops) não é bem isso! Os moradores da cidade de Buenos Aires são seres estranhos mesmo, um tanto arredios, porém, o pessoal da Província (Estado) de Buenos Aires e demais regiões são bem diferentes: simpáticos, conversadores, enfim. Não é à toa que brasileiros não são muito bem vistos, já que nossa espécie, quando viaja em bandos chamados de excursões turísticas, fazem muito barulho e bagunça, além de não terem o hábito de dar gorjetas. E a coisa que mais me chamou a atenção em BA foram justamente as gorjetas.
É verdade que quase não se vê mendigos na rua, diferente de Sampa, onde pode-se topar com dezenas deles a cada esquina e praças nas regiões centrais da cidade. Aqui, desenvolve-se o hábito de andar com moedinhas nos bolsos, pois a cada instante somos interceptados por alguém pedindo dinheiro (ofereci comida para um deles outro dia e o cara negou!!!). Quanto à gorjeta, esse hábito tão disseminado pelo mundo é praticamente inexistente por aqui.
Ou seja, em BA quase não há pedintes nas ruas, mas em conpensação, todos que te atendem pedem gorjeta. Eles não pedem diretamente, é claro, mas ficam te olhando com aquela cara que todo mundo sabe como é. Acontece até da pessoa dar gorjeta pro jornaleiro por uma simples informação.
Numa dessas, dei dois pesos de gorjeta pro garçon de um restaurante. O cara olhou para a nota e devolveu para mim, dizendo que podia deixar assim. Moral da história: dei uma gorjeta e ganhei uma esmola de volta, o garçon deve ter achado que eu precisava mais do dinheiro do que ele, sei lá. No final das contas, gostamos de BA. Se pudermos, voltamos lá para aproveitar melhor os bares, pubs e sebos e, desta vez, com mais moedinhas nos bolsos.

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