sexta-feira, 2 de maio de 2008

(Re)Virada Cultural

Rolou aqui em Sampa, no último final de semana, a chamada Virada Cultural, quando das 18horas de sábado até as 18hrs de domingo acontecem vários shows, eventos, apresentações artísticas, saraus, exibições de filmes, tudo de graça e aberto ao público. O local foi o centro antigo da cidade, nas imediações do Vale do Anhangabaú e praça da República, além de alguns Centros de Cultura nos bairros. No ano passado, assistimos Cólera, Ratos de Porão, Garotos Podres, Inocentes e Plebe Rude o dia inteiro. Muito bom!!!
Tentamos aproveitar ao máximo, e eu digo "tentamos" porque a carcaça já não é mais a mesma. Pelo menos a minha, já que a Marion tem quinze anos a menos que eu. Só que ela trabalhou bastante na sexta, e ainda levantou muuuuito cedo no sábado para fazer mais um serviço até o meio-dia. Dormimos durante a tarde mas, sabem como é... o fim de semana existe para 'colocar' as coisas em dia, quando a passagem da semana não nos permite.
Resultado: chegamos lá pouco antes da 20hrs, assistimos um pouco de jazz na Barão de Itapetininga, fomos pra República ver o que tava rolando e acabamos indo até o local onde rolava a feira de HQs. Voltamos pra a República e assistimos o Casa das Máquinas, clássica banda hard rock brasileira dos anos 70 (nunca na vida imaginei que ia ver esses caras). É claro que a banda tava um pouco 'reformada', já que os vocais e baixo ficaram ao cargo do Andria (Dr.Sin). Apesar disso, o caras não decepcionaram nem um pouco, pelo contrário.
Ficamos num lugar bem estratégico, entre um pipoqueiro, dois caras vendendo biras e outro maluco assando espetinhos (de gato, rato, pombo, sei lá). Entre várias biritas, a galera acendia isqueiros e o cheiro de coisas antigas pairava no ar, junto com aquele som setentista. Parecia que Wood & Stock tavam por ali. Melhor dizendo, haviam centenas de clones de Woods e Sotcks por lá. Vendia-se muito o vinho Cantiga do Sul, mais barato impossivel, fazendo seus consumidores, após duas garrafas, deitarem no chão em posição fetal e despejarem parte dos espetinhos e da pipoca pela calçada (vi vários desses caras literalmente dormindo e virando encima de seus 'embrulhos'). Escatologias à parte, ainda assistimos o Harppia, uma banda de heavy que já tem 25 anos, sem nada a acrescentar e a qual nunca ouvi falar. O cara cantava como se tivesse a dentadura solta.
A essa altura, estávamos cansados e sem dinheiro. Já passava da meia-noite e o único caixa 24horas por perto estava lotado. Ficamos uma hora na fila, se não mais, e perdemos o começo do show do Paul Di'Anno (aquele do Iron). Podres, resolvemos ir até a crackolândia assistir os Mutantes, que só iam se apresentar às 3hrs da madruga. Pensamos em assitir um filme de Vampiras na Galeria Olido, mas estava lotado, pois o pessoal que entrou nas primeiras sessões não saíam da sala, enchendo o local.
Pois é, exatamente às 3hrs resolvemos ir embora, bêbados, cansados, podres e exaustos. Devo reconhecer que não tenho mais aquele pique todo. Teve gente que virou a noite e ficou por lá o dia seguinte inteiro. Pensando agora, nos arrependemos de ter saido de lá tão cedo. Só resta esperar pelo anop que vem e preparar a carcaça para uma nova virada.

terça-feira, 29 de abril de 2008

Festinha animada!!

Como é sabido de alguns amigos, eu estou trabalhando, claro,é preciso ganhar vida ainda que se esteja na rica ilha da Bretanha. O “serviço” que eu arrumei, graças ao meu amigo Magoo, imagino que alguns leitores o conheçam, ele é de Floripa, um velho amigo dos meus tempos de “Johnny Lee”. O trabalho é em um Club, uma boate que tem 4 ambientes, e é contratada por promoters que promovem festas dos mais variados tipos.

Eu, particularmente, não tenho preconceitos com relação à opção sexual das pessoas, claro! Acontece que da mesma forma que um homem Gay, olha pra uma menina olhando para o seu parceiro e pensa: “Essa perua dando em cima do meu macho”, eu, como homem não gay que sou, tenho minha opinião sobre uma festa gay! O caso é que um homem que não é gay, não gosta de pinto, nem de ver pinto a não ser o seu próprio, certo? Meus amigos e amigas homossexuais, por favor, me perdoem, mas não posso deixar de dar o relato de um homem em uma festa gay.

Mulheres não entram. É um evento pro pessoal se sentir bem à vontade! O cenário armado é de um ambiente com correntes gigantes penduradas pelo salão, panos brancos arrumados no teto e nas paredes pra dar um astral de harém, tecidos pretos com desenhos, em branco, estilizados de homens do tipo, fisiculturistas com coletes, barba e óculos escuros com cara de machão. Pequenas estruturas de madeira, tipo umas casinhas, montadas lá pelo meio, que se podia entrar, e dentro, uma espécie de pequeno labirinto com furos nas paredes na altura da cintura! Não imaginei bem pra quê que aquilo serviria, depois eu entendi que não teria outra função que não esta que se imagina logo de cara! E por fim, um telão passando vídeos de sexo explicito gay masculino. Neste dia, além de engenharia de som, eu estava fazendo também iluminação. Este trabalho é no palco, em uma mesa de luz onde por ela se controla todos os equipamento de luz da boate. Canhões, holofotes, fumaça, essas coisas! Bom, cenário armado, então começa a chegar o pessoal. O pessoal no caso, eram muito parecidos com os caras dos tecidos pretos. Todos de barba, “marombados”, do tipo machões. Alguns com óculos escuros e tal, tipo caminhoneiro, aquela coisa. Alguns mais ousados, vestiam um figurino tipo cueca de couro, roupas justas, sungas do tipo sepacol (onde o fio dental não alcança!!). O evento lotou! E lá pelas tantas, o pessoal todo estava sem camisa, sem mulheres, todos muito apertados, suados, barbados, do tipo machões, dançando e pulando, e tive a impressão que ninguém era de ninguém, a coisa era livre!!! Enquanto isso, no telão, homens do mesmo estilo bombando, não observei muito os detalhes dos vídeos. Daí começou o show! Sim amigos, tinha show! E o pior, eu tinha que ficar iluminando o pessoal do show! Eles usavam sungas de patinho e coraçãozinho do tipo sepacol! E dançavam fazendo questão de mostrar que suas partes íntimas estavam prontas pra batalha, com gestos insinuantes e músculos à flor da pele, e o promoter todo agitado, que não era diferente dos outros, ao meu lado dizendo o que fazer com as luzes! Quase que EU disse pra ele o que ELE deveria fazer com elas!

Como não se pode fumar em ambientes fechados, o cheiro que lá havia, eu prefiro nem lembrar e deixo ao encargo da imaginação de vocês! Cheguei em casa horrorizado! Não que eu tivesse alguma dúvida sobre minha orientação sexual, mas garanto que não resta mais dúvida alguma sobre isso! A balada “bombou” das 22:00h até 6:00h.

Só sei que foi assim!


Juliano Binder